Em média, 3,4 mil crianças de 0 a 18 anos passam todos os anos pelo GPACI, Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil, em Sorocaba.
A presidente Maria Lúcia Neiva de Lima, que ocupou cargos voluntários durante 29 anos por ali, sempre presenciou os anseios das mães que buscam ajuda aos filhos por conta da doença.
“Não me considero mãe das crianças do GPACI, não conseguiria resistir a ser mãe de tantas crianças doentes de câncer. Isso é muito triste, é dilacerante. Sim, me considero protetora dessas crianças e de suas mães. O objetivo do GPACI é aliviar o sofrimento”, explicou.
Sob referência de sua mãe, a professora Elisa, que viveu até os 96 anos, a advogada Maria Lúcia sempre conseguiu conciliar sua vida particular com o trabalho voluntário. Foram muitos durante a vida, em diversas instituições, como no Clube da Lady e na Creche da Sagrada Família da Opai, sempre com preferência à assistência infantil.
“Sempre gostei muito de crianças, queria ter muitos filhos. Casei nova e os tive ainda na faculdade. A primeira no terceiro ano, o segundo em meio aos exames finais do quinto ano e a terceira veio um pouco depois. Com muito amor, meu marido, Lázaro, e eu constituímos nossa família”, disse.
E ela é grande: são três filhos, Claudia, Alexandre e Elisa, em homenagem à avó; cinco netos, Bruno, Beatriz, Rafael, Guilherme e Bernardo; e dois bisnetos, Eduardo e Fernando. “Começar cedo trouxe essa vantagem, poder desfrutar da alegria dos meus bisnetos. Meu relacionamento com todos eles é baseado em muito respeito e atenção. Eu os amo muito e me sinto muito amada por eles. Presentes sempre virão, mas o mais caro e importante é estar com eles à volta”.
Neste Dia das Mães, ela e a família se reunirão na casa de uma das filhas, “que tem uma área de lazer muito grande onde eu, a vovó, apesar de vacinada duas vezes, poderei ficar distante, sem beijos e abraços, mas muito feliz por estarmos todos juntos e com saúde”.
Ela, no entanto, não se esquece de quem não se pode nunca esquecer. “A minha homenagem neste Dia das Mães vai para todas as mães do GPACI, para as que já estiveram conosco e para as que estão com seus filhos em tratamento. Quero acender em seus corações a esperança de que tudo dará certo”.